Política monetária, paralelos históricos e contágio financeiro.
Temas de textos recentes que achei interessante compartilhar como recomendação de leitura desta newsletter.
Desta vez, nesta pequena coletânea de textos que me interessaram e que eu quis compartilhar com vocês, o destaque é para outro site que eu acompanho diariamente, o Project Syndicate. Além disso, trago uma entrevista super interessante do Financial Times e um texto de um dos substacks mais famosos do mundo na área de economia. Espero que gostem!
Política monetária
Uma brilhante entrevista do Ricardo Reis não é novidade. A entrevista que ele deu para o Financial Times, Ricardo Reis: ‘Central banks must balance bringing inflation down without breaking things’, é uma aula, por isso eu recomendo aqui. Gostei muito da parte sobre a importância da teoria (macro)econômica (já coloquei nos meus slides para a disciplina de macroeconomia aberta este semestre), que reproduzo abaixo, mas tenha ciência de que a entrevista é muito mais do que isso:
If for 30 years inflation was 2 per cent with blips up and down, any empirical model is going to say that if you have inflation going up to 5 per cent, it is going to come down really quickly too. At the same time, a theorist of monetary policy who is thinking about economic mechanisms saw a lot of red flags and worried that the 5 per cent would persist. Empirics is wonderful when we’re in a stable and steady regime; theory is what you need when you have big shocks and possible regime changes.
Paralelos históricos
Em The Use and Abuse of Inflation History, Alan Blinder traça paralelos, mas marca bem as diferenças entre os desafios na condução política monetária nos EUA hoje e no período Volcker, especialmente no que tange quanto tempo a taxa de inflação ficou alta. No caso atual, o fenômeno é recente, ao passo que os EUA registraram taxas altas durante diversos anos, o que tornou a missão de quebrar a espinha dorsal da incômoda dinâmica dos preços mais hermética.
Na mesma linha de traças paralelos históricos, Noah Smith contrasta o ambiente macroeconômico e a condução da política econômica para (re)lembrar lições que aprendemos com episódios passados:
Contágio Financeiro
No último artigo de hoje, Kenneth Rogoff relaciona o aperto monetário internacional com endividamento e contágio financeiro em The Looming Financial Contagion. No fio abaixo, eu faço uma breve relação do artigo com um texto que eu gostava de usar na disciplina de Macroeconomia Financeira:1
Allen, F. and Gale, D. (2000). Financial contagion. Journal of Political Economy, 108(1):1–33